segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Depressão

2009 havia começado radiante e permanecido assim por tanto tempo, mas agora tudo era frio, sem cor, não havia dias felizes e tudo o que eu sentia era solidão. Eu estava num poço que nunca acabava, sentia que meus amigos não estavam ao meu lado e nem ninguém, e a comida era minha maior inimiga... Já estava com machucados nas mãos devido ao atrito com os dentes de tanto colocar os dedos na garganta, e a palidez era aparente. No mesmo período, minha avó marcou uma psicóloga para mim - a primeira de muitas - mas foi um fiasco. 
Minha autoconfiança estava agora pior do que nunca. A dor interna era tanta, mas tanta, que uma noite, após um ataque de compulsão (lembro-me de comer queijo, salada de frutas e vários pães), a frustração era tanta que tentei acabar com a minha vida. 
Peguei uma faca afiada na cozinha e fui para debaixo do chuveiro na intenção de cortar os pulsos, mas sempre que começava, a dor física era grande e eu desistia. Então, tomei vários remédios e fui deitar, na esperança de não acordar mais. 
Após algum tempo, meu coração começou a bater muito forte e muito rápido e comecei a suar frio, e fui ficando muito assustada, porém tive receio de acordar meus avós, pois já dormiam, então desci e pedi ajuda para o porteiro, que ligou para eles. Tive de contar o que eu havia feito e, após várias broncas, me levaram ao hospital. Chegando lá, tive de fazer uma lavagem estomacal para que os remédios fossem retirados do meu estômago. Me lembro da minha avó chorando enquanto o médico me examinava... Tudo por coisas que eu mesma havia provocado.
Enfim, feita a lavagem, que não foi a melhor das experiências, fui liberada a ir para casa. 

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